A Cegonha
A Cegonha
Já quase todos vimos o "África Minha". A música, a fotografia, uma história de amor que vai para além das personagens. Mas poucos sabemos a história da cegonha contada por Karen Blixen no livro que inspirou o filme. Que conta que cada parte da nossa vida, os altos e os baixos, os avanços e os retrocessos, os caminhos que afinal não eram por ali, um dia nos levam a perceber o porquê de tudo, como se cada um desses momentos fossem traços de um desenho ou de uma imagem maior, o tal sítio aonde queríamos e conseguimos chegar, simbolizado por uma cegonha que um dia vemos e que foi sendo desenhada ao longo do tempo.
Só que para isso temos que a querer ver sob pena de ela voar e, aí sim, todo o percurso ter sido em vão. A coragem não se define pela ausência do medo ou pelo ser capaz de enfrentar a incerteza. É muito mais forte do que isso. É o que se tem quando, mesmo sabendo que há tantas coisa a dizer que não, se continua porque se sabe que, mais além, há um bem (ou uma vida) melhor a que se tem que conseguir chegar. Sob pena de tudo o resto deixar de valer a pena. Como que entre viver só por viver ou viver porque vale a pena viver. Em tempos menos fáceis é a fortaleza, a sabedoria e a lucidez da cegonha que temos que saber encontrar.
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