Para um tempo novo
Perguntam-me às vezes o porquê deste blog. É certo que eu gosto de escrever umas coisas Mas todas elas ou quase vão dar à uma essência do que é ser português no século XXI. Ajudar a reencontrar essa mesma maneira de ser e olhar a vida e o mundo. Contribuir para fazer pensar para que a tão portuguesa capacidade de reinvenção nos leve a todos ao propósito maior que nos falta hoje enquanto país. Não me interessa a Historia pela história mas o que aprendemos com ela. Se pensarem bem, a afirmação portuguesa teve sempre com saber pensar e fazer diferente do que era esperado. O "by the book" nunca foi nosso. E quando quiseram (e querem) deu (e dá) no que que deu.
Há fórmulas ou formatos que não são repetiveis sob pena de se tornarem meras repetições, porque já sem alma e sem sentido do que já se foi. É para um tempo novo, que tem na base aquilo que é ser português que vou escrevendo. A estrutura da casa de fresco a que chamamos Chineza e a diversidade de plantas que aqui há levam-me às ligações ao Oriente e a uma civilização cujas bases fomos criando pelo mundo, a harmonia que se sente às pontes que sempre fomos capazes de fazer, o Mar lá ao fundo que cada dia se torna mais visível aqui da porta de casa, o caminho para o atingir e afirmar. Não estou nada interessada no "agora é que vai ser, vamos lá aproveitar o dinheirinho da Europa" e fazer mais do mesmo que se esgota logo ali. Não para o Instagram do momento mas para o que se passa para quem vem depois. E que eu quero que venha e que seja português. Não se trata de sobreviver ou de viver como outros querem ou deixam; é perceber o que queremos e saber que se o quisermos com uma visão capaz de ir mais além fazemos a diferença e, aí sim, retomamos novamente as rédeas do nosso futuro. O Ser Terra ou o Ser Mar de D. Manuel Clemente a que volto tantas vezes. Nem de propósito hoje é domingo de Ramos: há um desígnio maior, urgente a ser pensado. E que tal aproveitar o dia e, de uma vez por todas, começar a repensar Portugal?
Comentários
Enviar um comentário