Turner à portuguesa
Gosto desta hora, ao fim da tarde, em que fico encostada à cantaria da porta a olhar lá ao fundo até ao mar. Que aquece e onde, mesmo quando chove, há um cantinho em que como que entro num quadro. O sol vai-se pondo sempre diferente, os pássaros andam de árvore em árvore antes da noite chegar, lá ao longe o barulho das rãs do lago do jardim. Como se estivesse tudo em paz. Hoje é o dia mais longo do ano, o que devia trazer a alegria do verão. Trará calor e aquela luz linda, mas não tenho a certeza se o resto virá.
Diz-se que William Turner, o grande pintor paisagista inglês do século XVIII, um dia se amarrou a uma ovelha para mergulhar na paisagem e assim melhor a poder pintar. Talvez ele não precisasse se tivesse vindo aqui.
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